Escola Dominical

Você sabia que a primeira Escola Bíblica Dominical do BRASIL foi iniciada em Petrópolis? Sim, foi bem perto de onde hoje, está localizada a IEC Petrópolis.

O casal de missionários Robert & Sarah Kalley chegaram ao Rio de Janeiro no dia 10 de maio de 1855. Em Petrópolis, alugaram uma residência denominada Gernheim, que significa Lar muito amado. Naquele local, domingo 19 de agosto de 1855, Sarah ministrou a primeira aula bíblica a cinco crianças, contando a história do profeta Jonas.

Nos domingos seguintes já funcionava, também, a classe de adultos dirigida pelo Dr. Robert Kalley. Foi a primeira Escola Dominical no Brasil cujo funcionamento não foi interrompido. Aquela data é considerada a do início do trabalho evangélico no solo brasileiro e em língua portuguesa de caráter permanente.

Sarah foi companheira fiel em tempo de sossego ou de perseguições, que foram muitas, no Rio, Petrópolis, Niterói e em Pernambuco. Os opositores do casal Kalley insultaram-nos na Igreja, na rua e mesmo em casa. Tudo sofreram por amor à Causa que abraçaram, por conta própria, sem nenhum vínculo com alguma entidade missionária.

Além da sua atuação na esfera doméstica, Sarah recebia, com regularidade, relatórios dos colportores; anotava nomes de famílias que achava útil visitar; dirigia classes de música e de instrução geral; preparava sinopses sobre assuntos que pudessem facilitar a composição dos sermões de seu esposo quando este se encontrava enfermo. Desse modo também auxiliava os presbíteros quando eram escalados para pregar, na ausência do Dr. Kalley. Traduzia do inglês, livretos e folhetos próprios para atrair a atenção do povo, abordando assuntos da vida diária, porém relacionados com a vida eterna. Preocupava-se em cultivar a amizade de parentes e pessoas de suas relações, através de cartas, passeios, encontros em sua residência e palestras, aproveitando bem as oportunidades que se lhe ofereciam.

Em 1867, Sarah fundou uma Classe especial na Igreja Evangélica Fluminense para jovens de ambos os sexos; estudavam biografias de vultos bíblicos, cantavam hinos e oravam.

Sarah desejava organizar uma Sociedade de senhoras, o que não era aceitável na época, porque não ficava bem que as mulheres saíssem sozinhas às ruas. Como da Igreja faziam parte três senhoras alemães casadas, que não se conformavam com essa restrição, Sarah pôde programar a fundação da Sociedade, e, para sua alegria, na primeira reunião, dia 11 de julho de 1871, estavam presentes onze senhoras que apoiavam a ideia. Nesse dia o estudo bíblico versou sobre: o caráter de Eva, mãe da raça humana. Foi sua presidente até voltar para a Escócia. Era o início das atuais Uniões Auxiliadoras Femininas das Igrejas evangélicas congregacionais.

Sarah participou da organização de Salmos e Hinos, o primeiro hinário evangélico brasileiro, usado pela primeira vez em 17/11/1861, na Igreja Evangélica Fluminense. Muitos dos hinos ali contidos foram produzidos em colaboração com o seu esposo, ou são de sua exclusiva autoria, totalizando cerca de 200.

Da sua produção literária, menciona-se “Alegria da Casa”, considerado guia completo para as donas de casa. Foi mais tarde, em 1880, escolhido pelo Conselho de Instrução Pública para ser usado nas escolas.

Em Petrópolis, como hábil pintora, preparou várias paisagens do Gerhneim, o lar muito amado.

Fonte: Livro “Sarah Kalley – Missionária Pioneira na Evangelização do Brasil”, Douglas Nassif Cardoso. Texto disponível também na Wikipédia